segunda-feira, 13 de junho de 2011

“Por causa do bullying, comecei a me auto-mutilar”



A leitora G.V., de 13 anos, mandou sua história sobre bullying para nós. No caso dela, a situação chegou ao extremo. O sofrimento que as agressões causaram era tão grande que ela começou a se mutilar.
“Por causa do bullying, comecei a me auto-mutilar. Eu sofro bullying desde os 6 anos, tudo porque tenho uma marca de nascença no rosto, parecida com uma mancha. Em 2008, tudo ficou mais grave. Eu era nova na escola, e quando chegou próximo ao meu aniversário, eu chamei toda a turma para fazer parte, mas ninguém apareceu. A partir disso, comecei as mutilações, pois não me sentia mais importante para ninguém. Este ano, um aluno que era novo na escola em que eu estudo começou a me zuar, e por causa dele, logo em seguida, a escola toda estava me agredindo. Eles falavam que eu estava suja e tentavam limpar meu rosto, no lugar onde tenho minha mancha. Não tinha coragem de contar para os meus pais, mas tive que conversar com meu pai sobre o assunto. Ele foi até a escola falar do problema, e os meninos que fizeram isso comigo foram transferidos, mas o vazio que eu sinto ficou.”
Nós conversamos com a psicóloga Fabiana Pires, que comentou o depoimento da G. “ É essencial promover a conscientização de pais, professores, alunos e todos os que assistem a esse tipo de prática que tanto mal causam as pessoas. Ensinar o respeito pela diversidade é promover a saúde mental e física de todos.”, contou.
Se você passa por um problema como esse não fique calada. Conte aos seus pais e aos responsáveis no seu colégio e enfrente o problema. Essa é uma das maneiras de fazer as agressões pararem.
Você também sofre com o bullying? Manda a sua história para gente.
  

domingo, 12 de junho de 2011

Adolescente é vítima de bullying em escola

Para evitar novos casos de violência, o Estado tem investido em ações de incentivo à cultura de paz
 Escola de Ensino Fundamental e Médio Senador Osires Pontes teria sido o palco da agressão sofrida pela estudante C.S.I., 13 anos, praticada por outra aluna, de 16 anos
FOTO: ALEX COSTA

Mais um caso de bullying aconteceu em uma unidade de ensino de Fortaleza. Dessa vez, a Escola de Ensino Fundamental e Médio Senador Osires Pontes, da rede estadual, foi palco da agressão sofrida pela adolescente de 13 anos, C.S.L., na última quarta-feira. A menina foi espancada por uma aluna do Ensino Médio do mesmo colégio e três anos mais velha do que ela.

A mãe da adolescente, E.S.P, conta que C.S.I. também foi vítima de xingamentos preconceituosos. "Minha filha foi chamada de macaca e de negra".

Segundo a mãe, o episódio começou quando a adolescente simplesmente tocou no braço da colega. "Alguns estudantes seguraram minha filha para que ela não reagisse. Ela chegou em casa cheia de hematomas e traumatizada", revela.

A mãe acrescenta que a adolescente, hoje, sente medo e não quer voltar à escola por vergonha. "Ela está sendo acompanhada por psicólogo, mas não dormiu no dia da agressão e teve febre".

A adolescente fez exame de corpo delito e a mãe prestou queixa na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). Conforme E.S.P. o processo está em andamento e o caso será investigado. "Tenho testemunhas de que minha filha foi vítima de agressão e preconceito. Fiquei indignada porque a diretora do colégio disse que era apenas um caso rotineiro de briga entre alunos e que deixaria como está".

A mãe acredita que o problema esteja na falta de segurança nas escolas. "Não houve quem protegesse minha filha na hora que ela precisou. A responsabilidade é da instituição".

Para ela, deveria existir segurança armada para evitar os episódios em que estudantes enfrentam professores, usam drogas ou entram com armas nas unidades escolares. "Tem que ter fiscalização para isso, o que evitaria que mais casos de violência ocorressem". A mãe afirma que pensa em trocar a menina de escola para não prejudicá-la nos estudos.

Situação pontual
De acordo com informações da Secretaria da Educação do Estado (Seduc), a Superintendência das Escolas Estaduais de Fortaleza (Sefor) entrou em contato com a escola que explicou se tratar de uma situação pontual, onde duas estudantes de 13 e 16 anos se desentenderam.

Ainda segundo a Seduc, a estudante mais velha foi transferida para outra escola próxima, ação acordada entre família e o colégio, desde o dia do episódio. Na ocasião, todas as providências foram tomadas para garantir a tranquilidade da unidade, inclusive uma conversa com os pais sobre o ocorrido.

A fim de evitar que novos casos de violência aconteçam nas escolas estaduais da Capital e do Interior, a Secretaria da Educação informa que o Estado tem investido em ações de incentivo à cultura de paz. Uma delas é a implantação das Comissões de Atendimento, Notificação e Prevenção à Violência Domésticas à Crianças e Adolescentes nas Escolas Públicas (Lei Nº 13.230).

Além disso, em setembro do ano passado, a Seduc assinou acordo de cooperação técnica internacional com a Unesco e a Universidade Estadual do Ceará (Uece) para viabilizar o Programa Geração da Paz que tem como objetivo promover e desenvolver estratégias de aproximação da escola e comunidade, visando à construção de uma cultura de paz no Estado.